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A Estrada Real é um destino pelo qual a Adventure Club tem grande carinho e admiração.

Para quem não sabe, recentemente nos tornamos parceiros oficiais do Instituto Estrada Real e passamos a contribuir diretamente com a preservação e manutenção da estrada, marcos (pontos de sinalização) e pontos de carimbo, assim como no processo de registro e emissão dos passaportes.

Desta vez, quem foi conhecer de perto as belezas da Estrada Real foi a Naline, nossa Consultora de Viagens. Ela topou nosso convite de contar e fotografar tudo que mais lhe chamasse a atenção e fizesse o coração bater mais forte. O resultado? Um relato lindo e cheio de afeto que você irá conferir a seguir!

Uma rota com muita história, cultura e encontros inspiradores 

Texto escrito por Naline, Consultora de Viagens da Adventure Club

Sempre tive um carinho muito grande por esse roteiro, não só pelo fato de ser em Minas Gerais, esse estado que gosto tanto, mas também por ser um roteiro que nos faz conhecer mais a fundo toda a história da exploração de pedras preciosas durante o período colonial no Brasil. Os diversos impactos socioeconômicos em todas essas cidades que visitamos e como o turismo surge sendo uma nova alternativa econômica, e de fato percebe-se um envolvimento das comunidades.

Não pensei duas vezes em aceitar esse convite que me foi dado e sem dúvidas essa viagem me transformou. O roteiro foi muito bem elaborado e não só pelo contexto histórico e cultural, mas a gastronomia, as belezas naturais da Serra do Espinhaço que mista Cerrado com Mata Atlântica e o melhor de tudo… as pessoas locais que conhecemos pelo caminho que com muita simplicidade e afeto acolhem a todos.

Nossa primeira parada foi Belo Horizonte, de onde seguimos rumo a Diamantina. No caminho, fizemos uma parada em Cordisburgo, cidade de Guimarães Rosa, onde visitamos a Gruta do Maquiné. Me surpreendeu o quão grande é essa gruta e quantos detalhes desenhados pela natureza. A área aberta para visitantes conta com sete salões bem estruturados e iluminados, ligados por passarelas.

Ainda em Cordisburgo, conhecemos o Museu Casa Guimarães Rosa, que é a casa onde o escritor nasceu e viveu com a família. O Museu é muito lindo e completo, está aos cuidados do Grupo de Contadores de Estórias Miguilim, que é formado por jovens moradores de Cordisburgo. O grupo compõe as atividades do Museu Casa Guimarães Rosa, atuando como mediadores de ação educativa. O projeto foi criado em 1997, por iniciativa da médica Calina Guimarães, prima do escritor. No fim do tour, eles sempre declamam um trecho de uma obra de Guimarães, é lindo de ver!

Curiosidade: o nome da cidade de Cordisburgo tem esse significado: Cordis = coração / Burgo = cidade. Ou seja, “Cidade do Coração”.

Nossa parada final desse segundo dia foi Diamantina. Que lugar encantador! Fizemos um passeio histórico a pé pela cidade, visitando o Mercado Velho, a Biblioteca Antônio Torres (Casa do Muxarabiê), Casa de Chica da Silva, Casa de Juscelino Kubitschek e a Casa da Glória.

De lá, começamos nossa tão esperada incursão pelos caminhos da Estrada Real, com destino ao primeiro vilarejo de parada: São Gonçalo do Rio das Pedras. Tivemos uma demonstração de garimpo de ouro e diamantes com uma garimpeira local, depois seguimos para Milho Verde, conhecemos a Capela do Rosário e a Capela da Nossa Senhora dos Prazeres, onde Chica da Silva foi batizada. 

Fizemos uma visita ao Senhor Ivo, quilombola, mestre em grupos culturais de dança africana, autodidata e escritor nato! Ele nos contou um pouco sobre sua vida e trajetória em Milho Verde, sobre alguns lugares por onde passou e sobre seus avós que foram escravos – e como isso marcou a história de toda a família.

Foi depois de adulto que ele aprendeu a escrever. Graças à Associação Cultural e Comunitária de Milho Verde, alguns de seus textos participaram de concursos e foram para os livros. Ele nos emocionou muito com sua fala, com sua escrita, para mim isso tudo é uma grande expressão de amor por seus descendentes e por Milho Verde, esse lugar mais do que especial.

De lá, partimos para o povoado de Capivari, localizado aos pés do Pico do Itambé, um dos cumes mais altos do Espinhaço. Atrás de suas serras, se encontra a Cachoeira do Tempo Perdido. Não tem nem o que descrever! É perfeita!

Leia também: Uma estrada, quatro caminhos: as belezas da Estrada Real

Almoçamos na vila e regressamos para São Gonçalo do Rio das Pedras. Em seguida, fomos conhecer a Ervanaria do Marcos Guião, onde tivemos uma incursão sensorial ao universo das plantas medicinais. Dentro da área do Marcos Guião, também conhecemos a Cachoeira do Comércio. 

O quarto dia foi cheio! Saímos de São Gonçalo do Rio das Pedras com destino ao município de Serro, que é tombado como Patrimônio Histórico pelo Iphan. Cheio de história nas ladeiras com belos jardins e a famosa escadaria de Santa Rita. Depois seguimos para a Fazenda de Queijos Maria Nunes. Hoje a fazenda está aos cuidados da Christiane, que está dando sequência à tradição familiar de produzir o delicioso queijo do serro. 

A fazenda por si só é um lugar mágico, as vacas são tratadas com homeopatia e dá para sentir o amor que a Chris tem em produzir esses queijos que são internacionalmente premiados. Os queijos da Chris são obras de arte, além de lindos (e floridos, como eles chamam quando está há bastante tempo na maturação), eles têm aromas diferentes de acordo com o tempo que foram produzidos. Ela tem um sorriso no olhar ao falar de todos os processos e o quanto ama ser a primeira mulher a dar seguimento na fazenda da família.

Para finalizar o dia, fomos no alambique do Marcelo, que há 20 anos faz a fabricação da cachaça Menina Branca. Nos deu uma aula com muitos detalhes de todos os passos da produção, desde o plantio da cana-de-açúcar até o envasilhamento. Tudo feito com muito cuidado aos detalhes para que a produção seja perfeita. Degustamos, e sem dúvidas a melhor que já provei! Poder experimentar essas iguarias foi um baita privilégio, pois dá pra sentir quão bem feitas são as cachaças Menina Branca.

No nosso quinto dia, saímos de Conceição do Mato Dentro com destino a Cachoeira do Tabuleiro, a maior de Minas Gerais. O visual da trilha é indescritível, e a parte de cima tem vários poços para se refrescar dando um mergulho. Apesar do volume de água nessa época estar bem baixo por ser seca, deu pra aproveitar muito com banhos revigorantes.

Falando sobre as trilhas, são todas bem tranquilas! A que eu mais gostei foi essa do Tabuleiro, muito especial e com visual exuberante. A água estava bem gelada, mas nada melhor do que um banho frio pós trilha. Eu adoro, então sou suspeita pra falar! 

No caminho de Cabeça de Boi, passamos na Montanha das Escrituras Rupestres. Fica em uma propriedade particular familiar, tem uma estrutura bem bacana e algumas escrituras com mais de 12 mil anos, segundo os historiadores que passaram por lá.

Chegando ao vilarejo, visitamos a RPPN “Santuário das Águas Minerais”, onde estão abrigadas duas cachoeiras: a famosa Cachoeira Intancado e a belíssima Cachoeira das Maçãs. Também tivemos o privilégio de conhecer o Sr. Agostinho, que tem uma vendinha em Cabeça de Boi e deu um show de viola, simplicidade e alegria!

Seguimos a programação rumo a uma das 7 Maravilhas da Estrada Real: o Santuário do Caraça. O local é uma reserva particular do Patrimônio Natural de Catas Altas e conta com trilhas, cachoeiras e piscinas naturais. Lá, é possível avistar o famoso lobo-guará.

Do Caraça, seguimos para Catas Altas. Conhecemos a casa das tecelãs de Brumal, um projeto lindo e inclusivo. A casa por si só é muito acolhedora, as tecelãs produzem tudo com resíduos de tecidos que normalmente são descartados no lixo e fazem lindas peças que são verdadeiras obras de arte. Depois fizemos uma parada rápida em Mariana, a primeira capital do estado.

Seguimos então para Ouro Preto, ponto final do Caminho dos Diamantes, onde pegamos nossos passaportes devidamente carimbados. Fizemos um tour cultural, conhecendo a Mina do Jeje e duas obras-primas do barroco mineiro: a Igreja Nossa Senhora do Pilar e a Igreja de São Francisco de Assis. Ouro Preto é um charme, tudo muito detalhado e especial! 


Você quer conhecer o Caminho dos Diamantes na Estrada Real?

Confira nosso Roteiro Estrada Real – Caminho dos Diamantes (com saídas fixas aos sábados) ou nossa Expedição Estrada Real – Caminho dos Diamantes 2023 (com saídas fixas de janeiro a dezembro de 2023).

A Estrada Real é um destino para ser visitado o ano todo; cada época com suas particularidades e atrativos especiais. Por isso, seja quando for, você irá curtir e muito esse pedaço do Brasil que ganha o coração de todos os seus visitantes. É só embarcar!

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