O turismo de raízes é uma forma de viajar que vai além do lazer: trata-se de uma experiência voltada à identidade, à memória e à conexão com o passado familiar. Logo nos primeiros passos dessa jornada, o viajante busca compreender de onde veio, quem foram seus antepassados e como suas histórias pessoais se relacionam com determinados territórios.
Esse tipo de viagem tem ganhado força entre pessoas interessadas em descobrir a história da família, reconstruir trajetórias interrompidas pelo tempo e transformar dados genealógicos em vivências reais.
O que é turismo de raízes
Também conhecido como turismo genealógico, o turismo de raízes envolve viagens motivadas pela busca da ancestralidade. Diferentemente do turismo tradicional, o foco não está apenas nos pontos turísticos, mas em arquivos históricos, registros civis, igrejas, comunidades locais e encontros culturais que ajudam a reconstruir a origem da família.
Para muitas pessoas, essa é uma verdadeira viagem para descobrir ancestralidade, seja a partir de sobrenomes, registros de imigração, histórias orais ou documentos antigos.
Como iniciar uma pesquisa genealógica
Antes de embarcar em uma viagem para a origem da família, é importante estruturar a pesquisa. Alguns passos ajudam a organizar esse processo:
1. Reunir informações familiares: conversar com parentes mais velhos, coletar datas, nomes completos, locais de nascimento, casamento e falecimento.
2. Organizar documentos: certidões, cartas, registros religiosos e fotos antigas são fontes valiosas.
3. Pesquisar em bases históricas: arquivos nacionais, sites especializados em genealogia e registros paroquiais podem ampliar o alcance da pesquisa.
4. Definir um recorte geográfico: identificar vilas, cidades ou regiões específicas facilita o planejamento da viagem.
Com essas informações em mãos, a experiência do turismo de raízes se torna mais consistente e significativa.
Destinos para uma viagem de raízes
A escolha do destino no turismo de raízes está diretamente ligada à história familiar de cada viajante. Em muitos casos, a pesquisa genealógica aponta para regiões específicas, vilas pouco conhecidas ou territórios que não costumam aparecer em roteiros turísticos tradicionais.
A seguir, alguns dos principais países procurados por quem deseja realizar uma viagem para descobrir ancestralidade, com destaque para suas particularidades históricas e culturais.
Benin
O Benin ocupa um papel central no turismo genealógico voltado à diáspora africana. O país foi um dos principais pontos de partida do tráfico transatlântico de pessoas escravizadas, especialmente a partir do antigo Reino do Daomé. Para descendentes africanos nas Américas, visitar o Benin representa uma oportunidade concreta de descobrir a história da família a partir de um território que preserva referências culturais, religiosas e sociais anteriores à ruptura forçada causada pela escravidão.

Cidades como Ouidah concentram marcos históricos fundamentais, incluindo antigos fortes, praças de comércio e a chamada Rota dos Escravos, que conecta o centro urbano à costa atlântica. Mais do que um percurso físico, esse trajeto ajuda o viajante a compreender os processos históricos que afetaram gerações inteiras. Além disso, o Benin mantém vivas tradições religiosas e culturais, como o vodun, que oferecem uma leitura contemporânea da herança ancestral.
O turismo de raízes no Benin também envolve encontros com líderes comunitários, estudiosos locais e iniciativas governamentais voltadas à reconexão da diáspora africana. Essa abordagem permite que a viagem genealógica seja construída de forma respeitosa, com foco no contexto histórico e na valorização da memória coletiva.
Itália
A Itália é um dos destinos mais procurados para quem busca uma viagem para origem da família, especialmente entre descendentes de imigrantes que chegaram às Américas entre os séculos XIX e XX. O país possui uma extensa rede de arquivos civis e eclesiásticos, muitos deles preservados em pequenas comunas, onde os registros familiares permanecem detalhados e acessíveis.

Regiões como Vêneto, Calábria, Sicília, Campânia e Lombardia aparecem com frequência em pesquisas genealógicas. Nessas localidades, o turismo de raízes ganha uma dimensão territorial clara: o viajante visita vilas de origem do sobrenome, antigas residências familiares, igrejas onde ocorreram batismos e casamentos, além de cemitérios locais.
Esse tipo de turismo genealógico na Itália permite compreender não apenas nomes e datas, mas também os contextos sociais e econômicos que levaram à imigração, oferecendo uma visão mais ampla da trajetória familiar.
Portugal
Portugal é um destino estratégico para brasileiros interessados em descobrir a história da família, tanto pela imigração direta quanto pelo papel colonial do país. Arquivos nacionais, distritais e paroquiais concentram registros que remontam a vários séculos, o que facilita pesquisas aprofundadas.

Regiões como Minho, Trás-os-Montes, Beiras, Açores e Madeira são frequentemente associadas a histórias de migração. O turismo de raízes em Portugal permite percorrer cidades e vilas de origem, visitar cartórios históricos e compreender os movimentos populacionais que influenciaram a formação de famílias no Brasil.
A proximidade linguística e cultural também favorece uma viagem para descobrir ancestralidade mais fluida, com maior acesso a documentos, pesquisadores locais e instituições históricas.
Espanha
A Espanha é outro destino central para quem deseja realizar uma viagem de raízes, especialmente entre descendentes de espanhóis que migraram em grande número para as Américas entre o final do século XIX e meados do século XX. O país mantém um acervo documental robusto, distribuído entre arquivos municipais, provinciais, paroquiais e nacionais, que registram batismos, casamentos, óbitos, censos e movimentações populacionais ao longo dos séculos.

Regiões como Galícia, Andaluzia, Catalunha, Astúrias, País Basco e Castilla y León aparecem com frequência nas pesquisas genealógicas. Em muitos casos, as famílias têm origem em pequenas aldeias e povoados rurais, onde a vida comunitária era profundamente ligada à terra, à agricultura e às tradições locais. Visitar esses lugares permite um contato direto com o cotidiano que marcou a história de tantos imigrantes, por meio de igrejas históricas, arquivos paroquiais, praças centenárias e antigas casas de pedra que ainda estruturam a paisagem urbana.
O turismo de raízes na Espanha também envolve o reconhecimento das dinâmicas sociais, políticas e econômicas que impulsionaram as ondas migratórias — como crises agrícolas, guerras e transformações industriais. Ao percorrer os territórios de origem da família, o viajante passa a compreender melhor o contexto que motivou a partida dos antepassados, construindo uma narrativa afetiva e histórica mais completa.
Outros destinos relevantes para o turismo de raízes
Além de Benin, Itália, Portugal e Espanha, diversos outros países aparecem em roteiros de viagem genealógica, de acordo com a origem familiar. Alemanha, Irlanda e Polônia são comuns entre descendentes europeus. O Japão tem atraído brasileiros de origem japonesa interessados em reconectar-se com a história dos antepassados, especialmente em regiões menos urbanizadas.
No Oriente Médio, países como Líbano e Síria surgem com frequência em pesquisas genealógicas ligadas à imigração árabe. Já no próprio Brasil, o turismo de raízes pode envolver deslocamentos internos para estados e cidades que marcaram etapas importantes da história familiar, como antigas fazendas, portos ou centros urbanos de imigração.
Turismo de raízes: uma jornada que continua
O turismo de raízes não termina no retorno para casa. Muitas vezes, ele abre novas perguntas, amplia a compreensão sobre identidade e fortalece vínculos culturais. Ao transformar dados genealógicos em experiências reais, essa forma de viajar oferece um caminho consistente para quem deseja conhecer o passado e compreender melhor o próprio lugar no mundo. Entre em contato com a nossa equipe e saiba como podemos te ajudar!






