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A cultura africana é uma das mais diversificadas e ricas do mundo, fator que se deve tanto pela grande quantidade de etnias presentes no continente quanto pela influência dos povos do Oriente Médio e europeus ao longo dos séculos. Assim, ao viajar por diferentes países africanos, é possível encontrar uma vasta gama de manifestações culturais – sejam músicas, danças, gastronomia, rituais religiosos e até mesmo idiomas. Saiba mais a seguir!

Cultura africana: descubra costumes e tradições do continente que é considerado o berço da humanidade

Dança africana 

Cada região tem danças e ritmos próprios, mas, de forma geral, a dança africana pode ser caracterizada por movimentos intensos de quadris, ombros e pernas, frequentemente acompanhados por ritmos percussivos. Essas danças normalmente são realizadas em ocasiões especiais, como rituais religiosos, casamentos e outras festividades, desempenhando um papel central na vida social das comunidades e fortalecendo o senso de identidade. 

Cultura africana: um continente com muitas tradições e rituais

Nos últimos anos, a influência da dança africana tem se expandido globalmente, inspirando e enriquecendo outras formas de danças contemporâneas e fortalecendo a cultura africana no cenário artístico internacional.

Diversas danças brasileiras têm raízes africanas ou surgiram a partir de elementos culturais trazidos pelos africanos que viviam no Brasil. Entre elas, estão o samba, o axé e a capoeira.

A capoeira, criada pelos escravos durante o Brasil Colonial, combina artes marciais com ginga, dança e música. Durante as rodas de capoeira, são encenados golpes e movimentos ao som de músicas tradicionais tocadas pelos capoeiristas. Eles se reúnem em roda, batendo palmas no ritmo do berimbau e cantando, enquanto dois jogadores dançam a capoeira.

Música africana 

A música é uma das ferramentas mais poderosas para quem deseja conhecer a cultura na África. Os estilos e gêneros são bem variados, considerando as diferentes regiões e grupos étnicos. Com instrumentos tradicionais, como tambores, kora e balafon, o ritmo africano muitas vezes integra elementos de dança, canto e percussão, celebrando eventos sociais, religiosos e cerimônias. 

Batuque africano

Além de suas formas tradicionais, a música africana teve um impacto significativo no cenário musical global, influenciando gêneros como jazz, blues, reggae e hip-hop e criando novas formas de expressão cultural e social em várias partes do mundo. No Brasil, os batuques deram origem a ritmos como maxixe, maracatu, samba, choro e bossa nova. 

Os instrumentos musicais típicos da cultura africana incluem: 

– Berimbau: instrumento de origem angolana composto por um arco de madeira, uma corda de arame e uma caixa de cabaça. Para tocá-lo, utiliza-se uma vareta de madeira, normalmente acompanhada por um chocalho, que movimenta a vareta, e uma pedra, que segura o berimbau e serve para interromper a vibração da corda. Desde que surgiu, o instrumento é utilizado na capoeira para produzir os sons característicos que acompanham a dança dos capoeiristas.

– Atabaque: instrumento de percussão feito de madeira e couro de animais, normalmente tocado com as mãos ou com baquetas finas de madeira. Atualmente, é utilizado em diversos ritmos, como capoeira, samba, axé e maracatu.

– Agogô: instrumento composto por duas ou mais campânulas metálicas e de tamanhos diferentes, presas por uma haste também metálica. Para produzir o som, utiliza-se uma baqueta de metal ou de madeira.

– Afoxé: tipo de chocalho feito com uma cabaça e uma rede trançada com linhas e sementes. A rede fica solta sobre a cabaça, permitindo que as sementes friccionem contra ela quando o instrumento é movimentado, produzindo um som que é amplificado pela cabaça.

Festas africanas 

Para quem pensa que os pontos turísticos na África se restringem a safáris e belas paisagens, as programações culturais estão aí para provar que o continente tem muito mais a oferecer! As festividades, quase sempre marcadas por danças, músicas e trajes coloridos, oferecem não apenas aos habitantes mas também aos visitantes um contato muito profundo a rica herança histórica e cultural do continente. Cada país possui suas próprias celebrações.

Guerreiro Sumburu, no Quênia, África

Uma das celebrações mais famosas é o Festival de Máscaras em Burkina Faso, onde comunidades se reúnem para exibir máscaras elaboradas que representam espíritos ancestrais e animais.

Outra comemoração importante é o Festival de Gule Wamkulu, celebrado pelos Chewa do Malawi, Zâmbia e Moçambique. Esse evento é conhecido por seus dançarinos mascarados, que personificam figuras mitológicas e ancestrais. As performances são acompanhadas por tambores e cânticos tradicionais.

Além do entretenimento, essas festas desempenham um papel crucial na transmissão de conhecimentos e valores culturais para as gerações mais jovens, preservando a história e as tradições das comunidades africanas.

No Brasil, muitas festas têm raízes nas tradições africanas; entre elas, o Carnaval, a mais famosa de todas. Outras festividades brasileiras influenciadas pela cultura africana são o Maracatu e o Bumba meu boi. De cunho religioso, destaca-se a Festa de Iemanjá, comemorada com a entrega de oferendas à Rainha do Mar nas praias.

Artes plásticas 

Esculturas, máscaras, trançados de corda e cerâmicas são algumas das formas mais emblemáticas das artes plásticas africanas, muitas vezes caracterizadas pelo uso de materiais naturais como madeira, marfim e argila. A estética combina formas abstratas e figurativas, cores vivas e padrões geométricos, resultando em obras que são visualmente impactantes e cheias de simbolismo.

Artesanato em um mercado na Etiópia, África

Cada peça possui significados únicos, normalmente relacionados a rituais religiosos, celebrações comunitárias ou representações de ancestrais e divindades. 

Além das formas tradicionais, a arte contemporânea africana também vem se destacando no mercado internacional, com artistas abordando temas como identidade, colonialismo e globalização. Exposições e bienais têm reconhecido cada vez mais a importância e a inovação da arte africana, contribuindo para uma maior apreciação e valorização dos artistas do continente.

Culinária africana 

A culinária africana varia amplamente entre as regiões, mas muitos pratos compartilham ingredientes básicos como milho, mandioca, arroz, batata-doce e feijão. As especiarias e ervas têm um papel importante, adicionando sabores marcantes às refeições. Como exemplos, há o piri-piri, um tipo de pimenta que confere ardência aos pratos, e o dendê, um óleo de palma muito utilizado na África Ocidental. 

Cozidos, grelhados e frituras são formas comuns de preparo, e muitas receitas são preparadas em uma única panela, ressaltando a valorização das refeições compartilhadas na cultura africana.

A influência da culinária africana na comida brasileira é inegável e profundamente enraizada. Os africanos trouxeram para o Brasil uma rica diversidade de sabores e técnicas culinárias que moldaram nossa gastronomia. Pimentas, leite de coco, azeite de dendê e pratos como feijoada, acarajé, vatapá, abará e caruru são exemplos claros da influência africana em nossa culinária.

Religiões africanas 

Em muitos países do norte da África, a religião predominante é o islamismo, influenciando práticas diárias como orações, jejuns e celebrações religiosas como o Ramadã. Nas sociedades, especialmente na egípcia e na marroquina, é comum a prevalência do uso do véu pelas mulheres muçulmanas e a instituição de um modelo patriarcal de família, fundamentado nos costumes do islamismo.

Já os povos do sul possuem uma cultura mais vasta e, consequentemente, mais diversificada. Em algumas regiões, a cultura cristã predomina, especialmente onde a colonização teve um impacto mais significativo, como na África do Sul. O cristianismo também molda muitos aspectos da vida cotidiana, com ritos como o batismo e as celebrações natalinas.

Além dessas religiões, as crenças tradicionais africanas permanecem fortes, mantendo vivas práticas espirituais e culturais ancestrais. Tais crenças caracterizam-se, principalmente, pela reverência aos ancestrais e à natureza, com uma forte ênfase no culto aos espíritos e deidades conhecidas como Orixás, Voduns ou Nkisis, dependendo da região. 

Bonecos de vodu, religião predominante no Benin, África

Cada uma dessas deidades está associada a elementos específicos da natureza, bem como a aspectos da vida cotidiana e das emoções humanas. Os rituais e cerimônias são uma parte central dessas religiões, envolvendo música, dança, cânticos e sacrifícios, que são realizados para manter a harmonia entre o mundo físico e espiritual, e também para obter bênçãos e proteção. 

Ao longo dos anos, essas religiões se misturaram com outras crenças e práticas nas Américas e no Caribe. Exemplos incluem o Candomblé e a Umbanda, no Brasil, e o Vodu, que se espalhou por lugares como o Haiti, Cuba e a Louisiana. Na Jamaica, destacam-se duas religiões afro-americanas: o Obeah, que também reverencia os ancestrais africanos, e o Kumina, uma prática que combina elementos religiosos, musicais e de dança provenientes do Congo.

Conheça o Benin, país considerado o centro do vodu

Idioma e vocabulário africano 

No continente africano, há uma ampla variedade de idiomas e dialetos, reflexo de sua grande diversidade cultural e étnica. Por meio das palavras e expressões transmitidas de geração em geração, os idiomas africanos mantêm vivas as tradições, os mitos, as histórias e os valores de cada grupo étnico, contribuindo para a preservação e a celebração da rica herança cultural do continente.

Tribo Hamar, Omo Valley, Etiópia, África

Muitas das palavras brasileiras têm origem na mescla do vocabulário africano com o português. São exemplos: acarajé, axé, búzios, capoeira, cachaça, dendê, Iemanjá, quindim, samba, tango, tutu, vatapá e muitas outras.

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África: um continente com muitas tradições culturais

A Adventure Club é especialista em turismo de natureza e turismo cultural.

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